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terça-feira, 27 de maio de 2008

Dia Mundial do Meio Ambiente

O Grupo de Ação Ambiental Sertão Calango, que atua responsavelmente no intuito de expandir a conscientização ambiental, difundindo a idéia da preservação da natureza, através das práticas saudáveis dos esportes de aventura (escalada, ciclismo, montanhismo, etc) dá mais uma vez um passo à frente na luta incansável pelo salvamento do Planeta e convida toda comunidade montesclarense para a comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente.
Aquecimento Global, Efeito Estufa e demais catástrofes naturais tomam conta dos noticiários. Será coincidência ou será que não já passou da hora do bicho homem se conscientizar? São questões como essa que queremos responder com a ajuda imprescindível dos maiores interessados no assunto: todos nós. Até quando vamos ficar de braços cruzados esperando uma solução divina para o desmatamento, para as queimadas, poluição, enfim, para a degradação do meio ambiente?
É chegada a hora de educar nosso povo para o futuro tenebroso que se avizinha, caso não façamos nada pelo Planeta. É chegada a hora, portanto, de por a mão na massa. É nesse sentido que o Grupo de Ação Ambiental Sertão Calango, promoverá no Dia Mundial do Meio Ambiente, um abraço simbólico à Praça dos Jatobás, mais uma vítima da crueldade do “progresso” urbanista mal pensado, e estará mais uma vez atuando na sua luta diária pela educação ambiental, com aquilo que tem de mais forte, a vontade de mudar os rumos do processo de degradação do Planeta, cada vez mais latente.

Saia de casa e abrace essa idéia!!!

O mundo precisa de você.


Por: Beu Viana

sábado, 24 de maio de 2008



O Grupo de Ação Ambiental Sertão Calango nasce em um contexto histórico um tanto quanto assustador. A era moderna, capaz de fazer as pessoas praticamente se teletransportarem, trouxe ao homem a consciência de sua própria extinção em um futuro facilmente calculado. As mazelas no tecido orgânico que viabiliza a vida é o preço do conforto, do excessivo conforto. É o preço também, de uma sociedade civil desorganizada e individualizada: os seres humanos, por mais incoerente que isso seja, estão cada vez mais conectados e cada vez mais sem comunicação. O Sertão Calango, assim chamado pelos mais íntimos, é uma instância de comunicação entre seres humanos guiados por uma filosofia de contato, de arte, de aventura... de axé. É uma instância política periférica, não subordinada a partidos políticos, mas que não rejeita apoios que convergem com a ética do grupo, sejam de empresas ou partidos políticos.
Seu mais amplo objetivo é coordenar ações alternativas ao modelo organizacional convencional da sociedade moderna-capitalista-predatória. O que implica dizer que não somos nem comunistas e nem capitalistas; somos seres que respiram e, de tão imperfeitos, procuramos na diferença de idéias uma completude criativa: trans-forma-ação - “navegar é preciso; viver não é preciso”. Nosso caminho é sertão, cerrado, é torto. Suas ações, locais que são, querem ajudar na preservação de um bioma específico (cerrado) por ser portador de um valor simbólico que só quem nele vive sabe a poeticidade, dramaticidade e felicidade. Felicidade esta que emerge em “horinhas de descuido”, como disse o matuto Riobaldo do Grande Sertão: Veredas. Nosso objetivo, pois, é viver no cerrado. Necessário consciência histórica da situação ambiental do planeta, é preciso falar, mostrar o ponto de vista de quem tá no cerrado: seja em cima do cavalo, da bicicleta, dependurado numa corda ou “pinicano” a viola. Só quem frita no sol sabe a importância da cachaça, da farinha e da rapadura: resistência sertaneja não é adaptação ao meio, é evolução no meio: é saber o que fazer com o que se tem em mãos, a força da atividade de criar – criatividade. E fez-se o Sertão.
Mas não só de farinha e cachaça se vive aqui, é necessário condições materiais para sorrir, é preciso ação política para trazer à região condições para a expressão da concepção da vida regional, ainda mais quando se vive sob o estigma da “pobreza”, como se aqui nada mais tivesse do que miséria. Isso não é mais aceito aqui. Temos riquezas e queremos de modo saudável manejá-las. O Sertão Calango nasce como movimento externo do pensamento, pois “toda ação principia mesmo é numa palavra pensada”... você de novo Riobaldo. Toda ação pensada, pode ser falada e coordenada no Sertão Calango. Mas vale lembrar que nessa esfera organizada institucionalmente, o valor que os membros prezam está na capacidade de dizer: “quanto maior o perrengue, melhor”. E aqui, há lugar para todas as estéticas expressivas, desde que se esteja aberto à filosofia das pessoas que moram nessa família de calangos, e isso não tem como dizer aqui. Saudações abrasadoras.




Por: Mércio M. Antunes